Sequer suspeitavam, mas, acima das nuvens, um homem, a bordo de um balão amarelo, passava apuros enquanto tentava reacender a chama do maçarico.
“Socorro!” - gritava, ele, desesperado.
O balão perdia altitude rapidamente conforme o ar quente escapava por um rasgo no tecido, até que, certo tempo depois, quando já estava razoavelmente próximo do chão, uma das meninas o avistou.
“Olha, o balão está caindo!” - gritou, Klara, à amiga, apontando para cima.
“Onde?” - perguntou, Julia, que, imediatamente, tratou de olhar na direção em que ela apontava. Apreensiva, a menina ruiva viu o balão e perguntou. - “E agora, o que a gente faz?”
Klara a encarou sem resposta. Não havia pensado que alguém dentro do balão pudesse estar em perigo. Não conseguia imaginar o sufoco que aquele balonista estava passando para evitar o inevitável.
“A gente só pode torcer para que ele não se machuque.” - respondeu.
O cão pastor, no primeiro instante que viu o balão, explodiu em latidos e começou a correr pelo descampado.
“Quieto, seu malvado!” - repreendeu-o, Julia.
Mas Boris não parou de latir, parecia sentir a agonia do homem, que, embora tomado pelo desespero, conseguiu pousar o balão bruscamente. Com o impacto do cesto no chão, o balonista foi arremessado alguns metros à frente, para fora do cesto, e caiu de costas na grama.
Assim que chegou perto dele, Julia foi logo perguntando.
“O senhor está bem?”
O balonista, no entanto, visivelmente atordoado, perguntou de volta:
“Onde eu estou, meninas?”
Julia e Klara se entreolharam, ainda mais preocupadas.
“Será que ele perdeu a memória?” - Julia sussurrou à amiga, que a encarou sem qualquer resposta.
“Eu ainda estou vivo?” - emendou, o balonista, deitado no chão.
“Sim.” - respondeu, Julia, que depois perguntou. - “Se machucou?”
“Eu acho que estou bem, meninas.” - ele respondeu, acrescentando. - “Não se preocupem comigo, não me feri. Apesar de praticamente ter despencado das nuvens, eu estou bem, ou, pelo menos, não sinto nenhum osso quebrado. Só estou com o corpo dolorido e um pouco tonto, mas estou bem.”
Desengonçado, o balonista se levantou do chão e insistiu na pergunta:
“Então, onde eu estou?”
“A gente também gostaria de saber isso.” - Julia respondeu, levantando o olhar para ele. - “Esse lugar é muito bonito, o senhor não acha?”
“Sim, realmente.” - disse, ele. - “Vendo a paisagem em segurança, com os pés plantados no chão, dá até para ver que este é um lugar muito bonito.” - atestou, com certo sarcasmo, e exclamou. - “Não fazem ideia, meninas, fiz uma aterrizagem e tanto; pensei até que fosse morrer!”
Discretamente, Julia e Klara riram. Pareciam ver graça no modo como ele falava. O balonista, por sua vez, se apresentou:
“Meu nome é Lazar.” - disse pomposamente, estendendo a mão para elas. Orgulhoso, ainda acrescentou. - “Sou o primeiro balonista da cidade de Gabrovo.”
Lazar era um homem alto, jovem e magro. Mas, o que chamava mesmo a atenção das meninas era sua bela cabeleira loira e seu rosto bem desenhado. Era charmoso e muito bonito.
CONTINUE ACOMPANHANDO A HISTÓRIA NAS PRÓXIMAS POSTAGENS.

Começo de história muito envolvente! Um certo ar de mistério, necessário para manter a curiosidade e a expectativa para as próximas partes! Promissor, Roberto!
ResponderExcluirAbraços!
O Mundo Em Cenas
Obrigado pelas palavras Vitor.
ExcluirContinue acompanhando a história.