Sol de Agreste.
Dureza, dureza!
Natalina Fernandez,
mãe de tristeza!
Um marido covarde.
O Genivaldo que amava.
Feliz? Pelo mundo?
Cigano de estrada!
[Barriga vazia e a alma no chão.
Natalina Fernandez não tinha dinheiro mas também não tinha FÍOS.]
Natalina Fernandez não tinha dinheiro mas também não tinha FÍOS.]
Graças a Deus!
Sofrida, sofrente.
Um doce de fé!
Sonhava e sonhava:
[Misericórdia, meu Deus!]
De fibra, silvestre,
sozinha, MUIÉ.
Coragem, coragem!
[Aquela que respira fundo, levanta a cabeça e enfrenta mil demônios em pé.]
Outono de oitenta,
então, decidiu:
Chega, eu cansei!
PRA SUMPAULO, MIMBORA!
E não é que partiu!
Arara em arara,
PRA SUMPAULO, MIMBORA!
E não é que partiu!
Arara em arara,
em SUMPAULO chegou!
Capital do dinheiro,
a Cidade do Horror.
Cimento e ferro,
os PRÉDIO nas NUVEM.
Natalina não se acovarda.
BATAIA, BATAIA!
[É demitida pelas PATROA, mas não desisti da luta!
[É demitida pelas PATROA, mas não desisti da luta!
Aos setenta e sete, há de resistir até o fim!]
Barriga vazia,
nativa do chão.
Natalina, a perfeita!
Repressão de polícia,
pactua com o Cão.
Ao chegar NAS QUEBRADA,
sentou e chorou.
Um cara pergunta:
Por que choras, dona?
Prazer, seu protetor!
TRABAIANDO PROS CARA,
na vida, se fez.
Natalina, valente,
perdeste de vez!
Pobre e bandida.
A alma vendeu.
Menina do agreste.
Pei! Pei! Pei!
[PROS TIRA, ajoelhou, levou três PIPOCO na cara e morreu!]

Oie
ResponderExcluirQue talento!! Parabéns!
Lindo contar a história de Natalina e versos. Triste fim.
Abraço
Fernanda
Obrigado, Fernanda, triste mesmo, rs... nem eu esperava ter chegado nesse fim, hehe
ExcluirAbraço.
Parecia que eu estava lendo um conto huehue me lembroyu faroeste caboclo
ResponderExcluirPareceu? Vish
ExcluirE não é que parece mesmo, hehe
Como assim você não escrevia poesias antes? Que forte e marcante! Que história tão bem contada! Parabéns, Camilotti!
ResponderExcluirEliziane Dias
Oi, Eliziane, não escrevia, pode crer. Mas vontade sempre tive. Não me considero um poeta, rs. A poesia está sendo um feliz achado em minha vida depois desse blog.
ExcluirSiga acompanhando o blog!
Muito boa poesia. Gostei de mais. Parabéns Roberto!
ResponderExcluirObrigado, Adriana
ExcluirNossa.... assim, eu acho incrível como voce consegue retratar tao bem as coisas que acontecem no nosso país, em forma de poesia.
ResponderExcluirFicou maravilhoso, mesmo sendo uma triste verdade. Parabéns, sensacional!
Obrigado, Anne, país sofrido de uma gente criativa. Realidade dura mais igualmente bela.
ExcluirAbraço. Volte sempre!
Oi Rob! Ainda não conhecia esse seu lado poético, como essa Natalina existe tantas outras no nosso pais não é? Uma pena essa triste realidade que vivemos, linda e impactante sua poesia, adorei.
ResponderExcluirParabéns, sucesso.
Abraços, Renally
Obrigado, feliz que tenha gostado. Realidade triste de fato.
ExcluirObrigado também pela visita.
Siga acompanhando o blog.
Oii, tudo bem?
ResponderExcluirAté pouco tempo atrás eu não gostava de poesia, mas depois que passei a acompanha-la em alguns blogs, estou me apaixonando. E pode ter certeza que O Coração de Natalina entrou para a minha lista de favoritos.
Obrigado, Giovana, muito honrado em ter minha poesia como uma das suas favoritas. Valeu mesmo!
ExcluirSiga acompanhando o blog que mais virão por aqui!
Olá td bem?
ResponderExcluirAdorei a poesia, parabéns você escreve muito bem, sucesso :)
Descreveu a triste realidade de muitas pessoas na história da natalina...
bjs
blog encrespa
Obrigado, Blog Encrespa, feliz que tenha gostado do que escrevi.
ExcluirVolte sempre!
Você é um verdadeiro poeta! Escreve muito bem e já era para estar nesse mundo da poesia faz tempo! Obrigada por compartilhar conosco.
ResponderExcluirObrigado, Suellen, tomei coragem p/ exibir meus sentimentos e divagações, hehe
ExcluirAbraço!
Parabéns pela poesia, que dom! Triste e real. Me emocionei com suas palavras. Triste fim.
ResponderExcluirAcompanhando o blog daqui em diante.
Beijinhos.
Que poesia linda, triste, mas linda. Uma guerreira mesmo Natalina, que procurou vários meios para "viver". Parabéns.
ResponderExcluirFolha de Pólen
Caraca, tô impressionada, adorei rapaxx
ResponderExcluirVocê tem muito talento, pareceu, de uma forma diferente, com Faroeste <3
beijo beijo
Neoguedes
Oxi, que história mais doida huehuehue poesia pura e realista!
ResponderExcluirOlá Olá.
ResponderExcluirÉ você que escreve? Se for que talento. Eu nunca gostei de escrever poesia, pq na vdd não sei kkk
Está de parabéns.
Beijos
Gostei desse poema! Ele se afasta da lírica e volta para a tradição narrativa da poesia (que começa na poesia oral que certamente originou a poesia épica grega, passando pelo cordel). Pelos títulos que pude ver (vou explorar o blog agora que o conheci!), não é uma experiência única, mas um estilo -- a narrativa talvez predomine em sua poesia.
ResponderExcluirMuito boa a oportunidade de conhecer seu blog!
Abraços!!!
Nossa, Roberto, que poesia profunda e visceral. A gente se pega pensando nela por um grande tempo depois da leitura. Gostei demais.
ResponderExcluirhttp://umolhardeestrangeiro.blogspot.com.br/
Gostei muito da reflexão que fizeste com este poema.
ResponderExcluirE acredito que com sua escrita daria um belo conto.
Gosto muito desta mistura da linguagem regional falada quando posta em textos, traz o leitor mais para perto do personagem. Me sinto acolhida.
Beijos
Mãe,tô escrevendo
Maravilhosos os versos, é uma história magnífica da Natalina, ela é uma mulher forte, valente, gostei de conhecer, abraços.
ResponderExcluirRoberto e suas poesias originais e contemporâneas. Quem sabe uma delas não vire música um dia ? Abração.
ResponderExcluirÉ praticamente um faroeste caboclo feminino.
ResponderExcluirAdorei!
Que linda Poesia, um pouco triste, mas retrata um cenário bem conhecido por mim. Sou nordestina.
ResponderExcluirParabéns pelo talento.
http://www.lifeenthusiastblog.com/