Pelo modo com que perguntou, Lazar parecia conhecer Velislava, o que também causou certa surpresa em Klara, que, ao ouvi-lo, aguçou os ouvidos na expectativa de que a raposa lhe respondesse alguma coisa. Porém, a fera limitou-se a chicotear sua longa cauda avermelhada no ar, desapontando a pequena.
Logo em seguida, o balonista voltou as atenções para Klara.
“E você, pequena, como está?” - perguntou, em tom caloroso.
Queria saber se ela, finalmente, havia reencontrado sua vovó, Yordanka.
“Estou bem.” - respondeu, Klara, timidamente.
“A gente estava brincando com as minhas bonecas antes de você chegar.” - acrescentou, Julia.
Fingindo surpresa, o balonista arregalou os olhos para Klara e emendou outra pergunta:
“Estavam brincando?”
“Sim.” - ela confirmou.
“Encontrou a sua vovó?”
“Não.” - respondeu, Klara, com tristeza.
Apesar de feliz, por ter a amizade de Julia, e tranquila, com a proteção de Velislava, ainda sentia falta de sua casa, de brincar, em seu quarto, com suas amigas e todas as suas bonecas.
Julia percebeu a tristeza da amiga e interveio, perguntando ao balonista:
“O que aconteceu com o seu balão?”
“O que aconteceu?” - envergonhado, Lazar respirou fundo e tentou explicar. - “O problema é que, às vezes, eu me distraio tanto com a paisagem que não percebo o combustível acabando.”
Julia e Klara se entreolharam, parecendo achar graça nas palavras do balonista, que, por sua vez, as interrompeu, dizendo:
“É uma longa história, meninas. Estou com muita fome, prometo que conto tudo se me convidarem para o almoço.”
“Quer almoçar com a gente?” - perguntou, Julia, de imediato.
“Sim, obrigado.” - respondeu, Lazar.
Ao contrário de Velislava, que voltou a se sentar perto da varanda, e de Boris, que correu até o balão acidentado e pôs-se a estragar o que ainda, por milagre ou providência da sorte, pudesse ter algum conserto, Lazar, Julia e Klara atravessaram a varanda e entraram na casa.
Pouco tempo depois, desconfiada da ausência do cão pastor, Julia se perguntou em voz alta:
“Aonde será que ele foi?”
“Ele, quem?” - Lazar perguntou de volta.
“O Boris.” - ela respondeu.
Saiu da casa para procurá-lo e o flagrou encima do cesto, mordendo e puxando o tecido amarelo do balão.
“Boris, seu malvado!” - repreendeu-o, exigindo. - “Venha para cá agora mesmo!”
O cão pastor protestou com um só latido, mas a obedeceu e voltou para perto de Julia. Enquanto corria para dentro da casa, a menina ruiva se perguntou o que havia feito de mau para merecer um cão tão levado e arteiro.
“Por que será que ele nunca se comporta?” - perguntou-se, murmurando. - “Não é a toa que é malvado.”
CONTINUE ACOMPANHANDO A HISTÓRIA NAS PRÓXIMAS POSTAGENS.

Oh, voltaram esses personagens que eu amo! :)
ResponderExcluirE essa parte é mesmo fresquinha, né? A última frase me deixou beeem curiosa, sabe? Quero continuar a ler! Beijos
Pseudo Psicologia Barata
Obrigado, Bia, pelo comentário. O Boris é malvado mas é bonzinho, rs.
ExcluirAdorei o texto! Adorei a história e pretendo continuar acompanhando. Boris me fez lembrar da minha que também é bem arteira e estraga tudo rs. Mas não são malvados, apenas gostam de estragar as coisas rs
ResponderExcluirQue legal, Isa, fico feliz por ter lhe proporcionado boas recordações, rs.
ExcluirObrigado pelo comentário e visita!
Oi, gostei da narrativa, mas quando li o primeiro comentário fiquei meio perdido. Tem outras estórias antecessoras a esta? Preciso, né?
ResponderExcluirComo já falei nos outros posts, suas escrita é muito fluida, gosto bastante da forma que você narra as coisas, tornando bem agradável.
Gabriel, esse post é uma parte de um capítulo de um livro publicado em 2013, chamado A Menina de Gabrovo. Espero ter lhe respondido.
ExcluirObrigado pelo comentário e pela visita.
Continue acompanhando o blog e as partes do capítulo, que está no finalzinho aliás!