(Uma pequena homenagem a João Cabral de Melo Neto)
Cego, surdo e mudo:
ainda assim compreendo tudo.
Ligeiramente estúpido, contra todos,
perdoadamente errado, um antitudo;
e assim assimilando raízes parcas,
tateando intelectos cacundos.
E nos mesmos olhos de hoje, parcos,
raso pelo que tenho nas profundezas, sou a praia,
afundado em razões sem assunto, sinto-me profundo.
Cego, surdo e mudo:
insistindo com as insistências,
preterido de minhas próprias preferências;
o que tudo vê e o que nada enxerga.
Cego, surdo e mudo:
ora um Severino de João Cabral,
o daquele mesmo poeta;
ora um de Melo Neto,
um nordestino, o centrista,
o mocinho e o marginal,
o que briga e não faz por onde,
um assujeitado, um vagamundo.

Excelente poesia. Bela homenagem ao poeta João Cabral de Melo. Parabéns!
ResponderExcluirGostei demais da poesia, realmente muito linda e marcante.
ResponderExcluirAbraços
Ahhh que poesia linda, amei! Não é o meu forte escrever poesia nao tenho tanta inspiração
ResponderExcluirAbraços
Ameeei sua poesia, Parabéns!!
ResponderExcluirMuito bem escrita e bem reflexiva.
Eu queria ter o dom de escrever poemas... Escrevo apenas pequenos textos com sentimentos.