O casal de balonistas a ouvia com atenção.
“Como soube?” - perguntou, Doriana.
“Julia me disse.” - Milosh respondeu. Sem perda de tempo, explicou. - “Fui até a casa velha, pensando que encontraria Klara por lá. No entanto, quando cheguei, vocês já haviam partido.”
“Você seguiu a gente só para se despedir de mim?” - perguntou, Klara, impressionada com a atitude do anjo.
“Sim, pequena.” - respondeu, Milosh. - “Ficou surpresa?” - perguntou.
“Sim.” - disse, Klara, que, lembrando-se da amiga que deixou para trás, completou. - “Julia disse a verdade. A gente está indo para o vale.”
“Você é uma menina de sorte!” - exclamou, Milosh, garantindo. - “O Vale das Rosas é um lugar muito bonito.”
“Conhece o vale?” - Klara quis saber.
“Sim.” - o anjo respondeu, revelando. - “Mas eu era muito pequeno, por isso, não me lembro de muita coisa.”
Mesmo com o Sol quase oculto no horizonte, ainda havia luminosidade nas extremidades do céu. Klara, igualmente encantada com a paisagem noturna e os incontáveis balões a sua volta, se inclinou para fora do cesto e acenou para uma menina que voava a bordo de um balão vermelho.
“Oi!” - gritou. - “Eu me chamo Klara!”
A menina, porém, sequer pareceu ouvi-la e o balão vermelho foi se distanciando lentamente. A noite fazia-se mágica e não havia qualquer nuvem ou estrela no céu. Só se viam meninas, balonistas e balões.
“Para onde elas estão indo?” - perguntou, Klara, pouco tempo depois, referindo-se às meninas nos balões.
“Para o vale.” - Milosh respondeu.
“Para o vale?”
“Isso mesmo, elas também estão indo para o Vale das Rosas.”
Enormemente contente com o que acabara de ouvir, Klara olhou para trás, na direção de Lazar, e exclamou para ele:
“Aquelas meninas estão indo para o vale!”
“Exatamente.” - o balonista búlgaro assentiu. - “Está feliz?” - perguntou.
“Sim, muito.”
Não demorou e Milosh, então, se despediu:
“Adeus, pequena.” - disse, ele, em tom afetuoso, abraçando-a carinhosamente.
“Adeus.” - Klara respondeu e, enquanto o abraçava, sentiu que nunca mais veria-o de novo.
Com extrema desenvoltura, o anjo cigano saltou para fora do cesto e escancarou suas asas, planando majestosamente no ar.
“Adeus.” - murmurou, Klara, pela última vez, vendo Milosh se afastar e desaparecer ao contornar um balão que era pilotado por uma habilidosa mulher e três meninas russas graciosamente fantasiadas de bailarina.
Já não cabia mais naquele céu qualquer outro balão, tampouco tristeza ou desesperança que voltasse a afligir a menina de Gabrovo.
CONTINUE ACOMPANHANDO A HISTÓRIA NAS PRÓXIMAS POSTAGENS.

Os diálogos que você cira são sempre muito bem fluidos e gostosos de ler.
ResponderExcluirVou tentar acompanhar toda história para me situar melhor.
Você tem uma escrita maravilhosa! Parabéns!
Eliziane Dias
Obrigado de coração, Eliziane, e valeu pelo carinho. Que bom que está gostando!
ExcluirVolte sempre!