O mal humor só aumentava conforme, desconfiado, ele encarava as duas meninas que dormiam pesadamente sobre as almofadas.
“Quem são essas meninas?” - perguntou-se, o imperador, pensativo.
Vaidoso, Napoleão Bonaparte mostrava ser muito importante pelo jeito vagaroso com que se aproximou de Julia e Klara. Com sua alinhada vestimenta militar, trazia consigo uma espada, minuciosamente pendurada na altura da cintura, além de Pedro, o muflão que as duas meninas haviam deixado para trás, no acampamento. O imperador francês, mesmo com sua baixa estatura, conseguia a proeza de ficar ainda mais atarracado, quase sem pescoço, ao parar e se curvar diante das almofadas, atento, fazendo pose imperial.
Boris, por sua vez, novamente eufórico, ao vê-lo se aproximar das meninas, começou a latir e rosnar.
“Cale-se, peste peluda!” - exigiu, Napoleão, ao cão pastor, que, em resposta, pôs-se a latir ainda mais alto.
Sem demora, Julia acordou em meio aos latidos. Além de se deparar com Napoleão, olhando-a com esnobismo e menosprezo, logo viu o muflão, que mantinha inabalável indiferença ao escândalo que o cão fazia.
“Boris, seu malvado!” - a menina ruiva o repreendeu.
O cão, porém, sequer pareceu ouvi-la. Continuou latindo e rosnando para o imperador e o muflão.
Não podendo ignorar tamanho escândalo, Klara acordou em seguida, mal conseguindo abrir os olhos para ver o que estava acontecendo devido a intensa claridade do Sol que inundava seu rosto.
Ela se sentou no amontoado de almofadas e ouviu Napoleão perguntar para Julia:
“Então, a peste se chama Boris?”
A pergunta soou em tom de sarcasmo e rudeza.
“O Boris não é nenhuma peste.” - rebateu, Julia, visivelmente ofendida. - “Ele é o meu cão pastor e eu gosto muito dele.”
“Gosta dele?” - o imperador a provocou.
“Sim.” - Julia respondeu.
“Que seja.” - bufou, Napoleão, em tom de tédio.
Apesar de parecer se divertir com o nervosismo da menina, ao que percebeu o olhar distante de Klara, ele voltou as atenções à pequena e perguntou:
“E você, menininha, o que faz nesse fim de mundo?”
Intimidada, Klara olhou para o lado, buscando resposta na amiga.
“Ela está perdida.” - Julia respondeu por ela.
“Perdida?”
“Sim.” - confirmou, Klara, em voz quase inaudível. - “A minha vovó me abandonou.”
“É uma pena.” - disse, Napoleão, insensível. E acrescentou. - “Lamento não ter tempo para ajudá-la.”
CONTINUE ACOMPANHANDO A HISTÓRIA NAS PRÓXIMAS POSTAGENS.

Okay, a história está começando e eu estou bem curioso pra saber o que diabos essas meninas estavam fazendo nesse acampamento de Napoleão e ainda mais com um bicho-tipo-bode desses. Aliás, o que ele vai fazer com elas? Estou curioso, vou esperar por mais!
ResponderExcluirLuigi, aguarde e confie, kkk
ExcluirA história continua; siga acompanhando as próximas postagens!
É um começo interessante, sim, Rob. Confesso que minha maior surpresa foi o tamanho da postagem o\
ResponderExcluirVitor, kkk, seu comédia, que bom que gostou!
ExcluirNossa que história legal! Quero a outra parte logo! Post logo por favooooor
ResponderExcluirBarbara, é só continuar acompanhando as próximas postagens do blog.
ExcluirObrigado pelo comentário e pela preferência!
Olá, Rob!
ResponderExcluirSabe que sou sua fã, né?
Adorei este começo do história e já estou ansiosa para poder ler mais.
Muito divertida e bem interessante. Já quero mais.
Beijo
Cássia Pires
Valeu, Cássia, obrigado pelo carinho.
ExcluirTerá!
Estou a procura de mufla. Obrigada pelas informações!
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